Gibraltar é uma pequena península no sul da Península Ibérica, com uma superfície de 6,5 km quadrados; tem uma estreita fronteira terrestre com Espanha e está situada entre o Mar Mediterrâneo, o Estreito de Gibraltar e a baía de Algeciras, com 12 km de linha de costa. O seu aspeto é de um rochedo com 426 m de altitude e o seu clima é mediterrânico, com invernos suaves e verões quentes. Embora tenha sido ocupada por uma força anglo-holandesa em 1704, a Espanha ainda mantém a reivindicação sobre o Rochedo, o que é totalmente rejeitado pela população gibraltina, cerca de trinta mil habitantes, súditos da Rainha Elizabeth II.
O nome Gibraltar origina-se na expressão árabe jabal al-Tariq que significa “montanha do Tárique”. A montanha, um promontório militarmente estratégico na entrada do mar Mediterrâneo, guarnece o estreito oceânico que separa a África do continente europeu. O nome é uma homenagem ao general muçulmano Tárique que, no ano de 711 d.C. aí desembarcou, iniciando a conquista do reino visigótico. Antes foi chamado pelos fenícios de Calpe, uma das Colunas de Hércules. Popularmente, Gibraltar é chamada de “Gib” ou “The Rock” (o Rochedo).
Por sua importância estratégica, já pertenceu acartagineses, romanos, vândalos, muçulmanos e espanhóis. Em 1462, os espanhóis expulsaram os muçulmanos num episódio de reconquista territorial. Atualmente, o brasão e a bandeira evocam o antigo reino de Castela. Uma força anglo-neerlandesa liderada por Sir George Rooke apoderou-se de Gibraltar em 1704.
O território foi cedido à Grã-Bretanha pela Espanha no Tratado de Utrecht, em 1713, como parte do pagamento da Guerra da Sucessão Espanhola. Nesse tratado, a Espanha cedeu à Inglaterra “a total propriedade da cidade e castelo de Gibraltar, junto com o porto, fortificações e fortes (…) para sempre, sem qualquer exceção ou impedimento”. Apesar de tudo, o tratado de cessão estipulava que nenhum comércio por terra entre Gibraltar e a Espanha deve ocorrer, exceto para provisões em caso de emergência, se Gibraltar não conseguir ser abastecida por mar. Uma condição especial nesse tratado é que “nenhuma permissão deve ser dada sob qualquer pretexto, tanto a judeus quanto a mouros, para morarem ou terem residência na dita cidade de Gibraltar”. Esta restrição foi rapidamente ignorada, e por muitos anos tanto judeus quanto árabes moraram pacificamente em Gibraltar. Numa cláusula de reversão, se a coroa britânica quiser abandonar Gibraltar, deve oferecê-la primeiro à Espanha.
Nos tempos de Franco, as fronteiras do “rochedo” estiveram encerradas, dificultando a vida aos seus 30 mil habitantes. A passagem de pessoas e bens voltou a ser possível em 1985.Num referendo de 1967, a população de Gibraltar ignorou a pressão espanhola e votou maciçamente por permanecer sob dependência britânica. Em 2002, 99% dos votantes rejeitaram qualquer proposta de partilha de soberania entre o Reino Unido e a Espanha. No entanto, os gibraltinos têm buscado um status mais avançado e um relacionamento com o Reino Unido que reflita o presente nível de autogoverno. Uma nova constituição para o território foi submetida a aprovação.
Uma vez que Gibraltar não possui recursos agrícolas nem minerais, os seus habitantes ganham a vida graças ao porto, às docas e às bases da OTAN. As principais atividades econômicas são as reparações navais, o abastecimento aos navios, as indústrias alimentares e de bebidas, o turismo, o comércio e os serviços de reexportação. Embora a presença naval britânica em Gibraltar tenha diminuído muito desde o seu auge, antes da Segunda Guerra Mundial, o estreito de Gibraltar é uma das mais frequentadas vias marítimas do Mundo, com a passagem de um navio a cada seis minutos. Sobretudo no verão a pequena Gibraltar fica cheia de navios de cruzeiro e de turistas do mundo em busca de suas atrações, que não são muitas e podem ser vistas todas em um dia.
Primeiro, os macacos de Gibraltar, famosos no mundo todo, pois são os únicos monos livres da Europa, uma população de 250 protegida e alimentada pelo governo. São macacos africanos, que atravessaram o estreito em algum momento da história e não mais regressaram. Os machos têm o saco escrotal azul, iguais aos que vi no Zimbabwe e na Tanzânia, mas diferentes deles, não têm rabos. A evolução fê-los perder o rabo, talvez pela inexistência de grandes árvores naquele rochedo. Mais uma vez, Darwin estava certo.

Depois dos macacos, as atrações principais são: a Ponta Europa, um mirante, de onde se pode ver as costas do Marrocos, do outro lado do estreito; a caverna de São Miguel, de origem neolítica, hoje usada como sala de concerto; o túnel Siegel, Impressionante construção feita na rocha por soldados, como estratégia militar; o jardim botânico, o teleférico, que vai da rua principal ao alto do rochedo e até a observação de baleias e golfinhos na baía, se for de sorte. Muitos turistas, no entanto, nem visitam essas atrações. O que querem mesmo é percorrer as lojas com artigos sem impostos para levar lembranças para casa. Comprei alguns perfumes e realmente eram bem mais baratos do que nas lojas do aeroporto. E torcer para pegar um bom tempo, pois pegamos uma chuvinha fria, bem diferente do calorão que estava em Cartagena, no dia anterior.