Entenda os pontos comuns entre sustentabilidade e saúde animal

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Valorização da produção de proteína animal passa pela preocupação com o bem-estar dos rebanhos e diminuição do impacto ao meio ambiente por meio do controle de doenças.
A relação entre a produção de carne bovina e o meio ambiente é sabidamente estreita. É comum a associação entre espaço necessário em termos de pasto para abrigar tantos animais e o desmatamento, uso de recursos naturais e emissão de gases do efeito estufa. Cada vez mais há a preocupação de uma produção sustentável, o que inclui até mesmo a saúde animal.
Sendo o Brasil o possuidor do maior rebanho bovino do mundo – mais de 220 milhões de cabeças de gado, ultrapassando até mesmo Índia e Estados Unidos -, há grande apelo em tornar o país um dos líderes em uma produção que gere menos impactos ambientais, seguindo os compromissos da agenda ESG. Esse ideal perpassa até mesmo a mudança de hábitos alimentares da população.
Segundo estudo feito pela renomada revista científica The Lancet, se o mundo continuar consumindo como hoje, o que inclui a carne bovina, cuja produção é extremamente poluente, os recursos naturais devem rarear e se extinguir até 2050. Uma vez que a população mundial só tende a crescer, o consumo de proteínas animais se enquadra neste cenário.
Além disso, a falta de cuidado com essa população animal é um vetor para disseminação de doenças. É o que aponta um relatório feito pela Health For Animals. O estudo indica para a necessidade do cuidado com a saúde animal, uma vez que surtos de doenças que causam a mortalidade dos rebanhos reduzem a produção de proteína animal, o que pode vir a ser uma das principais causas para a escassez de alimentos no futuro.
O relatório apresenta o reflexo também para a economia: doenças pecuárias representam gastos de mais de US$ 350 bilhões em termos de produtividade. Em termos mais sociais, o controle das doenças possibilitaria a alimentação de 9 bilhões de pessoas em 2050, sem aumento na emissão de gases poluentes. No cenário brasileiro, a vacinação de 1% do gado aumenta em média 0,7% na produção.
Outro ponto é a aparição de novas epidemias. Segundo afirmação de Emílio Salani, vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal, “apenas 12 doenças de origem animal são responsáveis por infectar 2,5 bilhões de pessoas todo ano e causar a morte de 2,2 milhões”. Portanto, faz-se necessário o investimento em tecnologia, prevenção e tratamento de doenças.
Logo, é impossível dissociar a produção de proteínas animais do meio ambiente e, consequentemente, da vida humana. O meio ambiente é um para todos. Além disso, os cuidados devem se espalhar também para a vida silvestre: o desequilíbrio ambiental acontece quando animais são ameaçados ou mesmo entram em extinção. Portanto, a preservação de biomas é fundamental para a manutenção da vida como um todo.
Biomas estes continuamente ameaçados pela escalada na expansão por terras Brasil adentro. Produzir mais e melhor com o que já existe é um desafio grande, mas possível por meio de investimentos. Inovações e novas práticas tecnológicas demandam aplicação de dinheiro, mas trazem benefícios, inclusive para os animais. Afinal, um rebanho mais saudável é muito mais profícuo.
Portanto, a manutenção da boa saúde dos animais passa pela ciência e pelos cuidados veterinários. Protocolos vacinais e sanitários são de suma importância, além dos cuidados de especialistas. Justamente por isso, é atribuição de uma mão de obra capacitada na faculdade de veterinária tomar os cuidados necessários para um futuro vindouro com muito mais qualidade de vida para a natureza como um todo.