Imagem organizacional: o preço que se paga pela falsa responsabilidade ambiental

(Foto: Reprodução)

** Por Backer Ribeiro

Há alguns anos muitas empresas perceberam que ao desenvolverem atividades e ações sociais e ambientais responsáveis, obtinham uma melhora na imagem junto a consumidores, acionistas, comunidades e outros públicos relevantes. Com práticas éticas e socialmente responsáveis melhoravam os negócios e aumentavam seus lucros. Portanto, seria um risco não se preocupar com a imagem organizacional, pois poderia afetar negativamente as relações com seus públicos.

Com o passar do tempo, descobriram também que uma vez que se preocupassem com questões sociais e mantivessem sua credibilidade alta, essa prática poderia ajudar nos momentos de crise, pois a opinião pública é mais complacente com empresas socialmente responsáveis. Infelizmente, muitos caminhos nos levam para a constatação de que a comunicação empresarial serve apenas a um propósito, de criar um universo fantástico paralelo ao que realmente as empresas estão fazendo para preservar o meio ambiente e garantir a sustentabilidade do planeta e a sua própria.

O comunicador empresarial não tem a função social de informar a sociedade, alertar, denunciar, dar transparência aos assuntos relacionados à organização em que trabalha. Esse lado fiscalizador da sociedade, que é inerente à profissão, fica relevado ao exercício de ajudar a organização a criar uma boa imagem institucional perante seus públicos estratégicos, consumidores e sociedade. Jamais poderá produzir dentro de qualquer organização empresarial uma comunicação que aponte os paradoxos existentes, as contrariedades e as impossibilidades que fazem parte do atual modelo de desenvolvimento.

O jornalista André Trigueiro certa vez disse: “Na área ambiental, paga-se um preço alto quando se mente ou falseia a verdade, o papel de quem trabalha com comunicação em empresas seria o de denunciar essas falhas. Não se pode falar o que não se faz, pelo contrário, a transparência é um indicador importante em um mundo globalizado, é ela quem cacifa a empresa e permite obter licenças, receber certificados e produzir relatórios para comunicar essa postura e ações aos seus colaboradores, clientes, fornecedores e acionistas”.

No entanto, diferentes estratégias de comunicação são postas em prática de forma que a sustentabilidade empresarial atenda aos objetivos que possam agregar valor à imagem e reputação, fidelizar clientes e consumidores, gerar oportunidade de negócios, atrair novos investimentos, ganhar a confiança de governos e da sociedade, obter maior espaço na mídia, promover um bom clima organizacional, recrutar profissionais talentosos, dentre outros objetivos. Iremos citar algumas estratégias e técnicas de comunicação utilizadas não só por empresas, mas por todo um universo corporativo que busca promover e intensificar a divulgação da sustentabilidade empresarial para que possam ser melhores percebidas pela sociedade.

** Backer Ribeiro é fundador da Communità Comunicação Socioambiental.


Artigo- Este artigo reflete a opinião do autor e não do Organics News Brasil. O portal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízo de qualquer natureza em decorrência dessas informações.