Abril foi o pior mês da série histórica sobre o desmatamento na Amazônia, segundo dados do Deter do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Os alertas de desmatamento totalizaram mais de 580 km² de destruição na floresta, um aumento de quase 43% em relação ao mesmo mês em 2020.
O pior é os próximos meses costumam ter níveis de desmate superiores, por causa do início do período seco na floresta, que facilita a derrubada de árvores e as queimadas.
Pesquisas e investigações já demonstraram que a pecuária é um dos principais vetores de desmatamento. O desmate —junto à pecuária— é a principal fonte de emissão de gases-estufa.
Cerca de 40 companhias alimentícias europeias ameaçaram parar de comprar itens domésticos caso seja aprovada uma mudança na lei nacional de regulamentação de propriedades rurais (MP490), que abre caminho para mais desmatamento ilegal no país. A ameaça foi registrada por meio de uma carta enviada a parlamentares em Brasília junto com o pedido de que rejeitem a proposta. O grupo é composto por grandes redes de supermercados britânicos como Tesco, J Sainsbury, Marks & Spencer, assim como a alemã Aldi; e empresas de alimentos como a National Pig Association, o fundo público de previdência sueco AP7 e outros gestores de investimentos também estão na lista.
Em sincronicidade, o cineasta Michal Siewierski, indicado ao Emmy, estreou o dicumentário “Amazônia em Chamas”, com abordagem da relação entre o desmatamento e a indústria da carne. O filme chegou ao Brasil depois de lançado nos Estados Unidos e no Canadá.
“A cobertura da mídia sobre a destruição catastrófica da Amazônia não mostra o quadro completo. Com o documentário quero mostrar como as escolhas que fazemos sobre o que comemos e consumimos a milhares de quilômetros de distância impactam diretamente a floresta tropical”, alegou o cineasta.
Assista ao trailer. O documentário está no canal de streaming Telecine.