Hoje é o Dia Mundial da Agricultura, instituído pela ONU, como reflexão para a atividade mais antiga do mundo, que moldou a sociedade e é imprescindível para a sobrevivência do ser humano.
A agricultura existe há mais de 12 mil anos, sendo desenvolvida durante o período neolítico e um dos fatores decisivos para a constituição das primeiras civilizações humanas.
Como alimentar 8 bilhões de pessoas em todo planeta? E como fazer isso de forma sustentável? E mais, como produzir ainda novos alimentos com as mudanças climáticas?
Para alimentar o mundo, o volume total de grãos produzido pela agricultura ao redor do planeta é superior a 3 bilhões de toneladas, segundo o levantamento realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com base em dados de 2020 da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
A população mundial levou até o ano 1800 para chegar a 1 bilhão de habitantes e há 100 anos ainda não havia atingido 2 bilhões. Em 1974, a população humana chegou a 4 bilhões, 5 bilhões em 1987, 6 bilhões em 1999, 7 bilhões em 201 e 8 bilhões em 2022. Uma das razões desta multiplicação exponencial está na produção de alimentos. Mas não basta produzir, é preciso que haja igualdade na distribuição de tudo que é produzido no campo.
Orgânicos
No site do Instituto Brasil Orgânico, entendemos esse movimento que luta por comida de verdade, sem agrotóxico e com respeito à natureza.
“Não há como falar do movimento orgânico brasileiro sem fazer uma introdução sobre as influências que vieram de fora e foram, sem dúvida nenhuma, referência e inspiração para o que aconteceu no Brasil. Pelo fato dos países considerados desenvolvidos, adotarem primeiro o uso intensivo das tecnologias da revolução industrial na agricultura, predominantemente com o uso dos insumos químicos, os problemas e as preocupações geradas por isso, também surgiram primeiro para eles provocando também, os movimentos de reação.
Nas décadas de 1920 e 1930, começam a surgir movimentos de contestação ao caminho que estava sendo dado para a agricultura, dos quais destacamos o da agricultura orgânica encabeçada pelo inglês Albert Howard, o da agricultura natural no Japão, por Mokiti Okada e o da agricultura biodinâmica, pelo austríaco Rudolf Steiner. As experiências e iniciativas desses movimentos lá fora foram certamente grandes indutoras dos processos ocorridos no Brasil.
Foi também com base nesses movimentos, que se construiu o que consideramos, hoje em dia, o movimento orgânico mundial. A globalização da economia, com o consequente aumento do comércio internacional de produtos, contribuiu fortemente para que a identificação correta e clara dos produtos produzidos com base nos princípios do movimento orgânico fosse cada vez mais importante.
Em novembro de 1972, com o objetivo de organizar e dar credibilidade ao mercado orgânico em expansão, foi criada, em Versalhes, na França, a Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica-IFOAM, que desenvolveu um sistema abrangente de normas e um programa de credenciamento para promover e desenvolver a certificação confiável de terceiros. As normas estabelecidas pela IFOAM são normas privadas, mas devido à sua aceitação internacional pelo movimento orgânico, os padrões da IFOAM acabaram por servir de base para normas públicas e privadas criadas em todo o mundo.
Estabelecer um marco para o início do movimento orgânico brasileiro seria muita pretensão, então resolvemos iniciar nossa história a partir do que consideramos ter sido a atitude, de um brasileiro, que influenciou e inspirou muitas pessoas a darem seus próprios passos e contribuições, para chegarmos onde estamos hoje.”