Dieta vegetariana pode gerar 19 milhões de empregos na América Latina e Caribe

(Foto: Freepik)

A transição para uma alimentação baseada em vegetais e com redução no consumo de produtos de origem animal podem gerar mais empregos na América Latina e no Caribe. A conclusão é de novo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em parceria com o Banco de Desenvolvimento Inter-Americano sobre o futuro da empregabilidade em economias livres de carbono.

De acordo com o estudo, a substituição de dietas baseadas em carnes, aves, peixes e produtos lácteos possa levar a cerca de 4,3 milhões de perdas de empregos na região até 2030, a adoção de alimentos vegetais cultivados com métodos agrícolas sustentáveis ​pode gerar 19 milhões de novas oportunidades de emprego.

O relatório também afirma que não há garantias de que estes trabalhadores consigam facilmente migrar de uma área para outra. Seria necessário investimentos em treinamentos que facilitem o processo.

O Brasil é o maior exportador de carne do mundo, mas o crescimento do mercado de proteínas alternativas acelerou no último ano, com o lançamento de novos produtos, o envolvimento das principais empresas de carne no setor e também startups de foodtech.

“Sem dúvidas a América Latina tem um potencial enorme não só como grande mercado consumidor de proteínas alternativas, mas também como produtor e exportador. Temos algumas das maiores empresas de proteína animal do mundo com alta capacidade de execução e distribuição, a potência do nosso agronegócio já é reconhecida como uma das responsáveis por alimentar grande parte da população mundial, temos ainda startups, cientistas e pesquisadores trabalhando incansavelmente para inovar nesse mercado. Não esperamos menos do que a liderança no setor de proteínas alternativas na região”, afirma Raquel Casselli, gerente de Engajamento Corporativo do The Good Food Institute (GFI) no Brasil.

A mudança para formas sustentáveis de agricultura, que utilize novas tecnologias para aumentar a produtividade, reduzir o desperdício de colheitas e aumentar o investimento em proteínas alternativas são apontados no estudo como soluções para a transição para uma dieta baseada em vegetais.